Valorizando cada planta: Uma visão sobre a gestão do plantio

Redação Agrimotor

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O momento de plantio de uma cultura merece uma atenção toda especial, que vai além do simples ato de colocar a semente numa plantadeira e sair preenchendo as linhas. Nesse âmbito, a capacitação profissional do homem do campo é absolutamente fundamental para garantir o bom resultado da equação de produtividade/lucratividade da lavoura.

Marcus Frediani

Apesar de se estar vivendo o boom da agricultura digital, aprendendo a lidar com sensores, Big Data, drones e tantas outras tecnologias, ainda hoje há o que avançar em um dos pontos mais elementares da agricultura: a semeadura. Há 12 mil anos, desde que o homem percebeu que algumas sementes germinavam quando propositalmente plantadas, ele aprendeu a arte de semear. E, mesmo que esse processo tenha evoluído consideravelmente desde então, é possível ver, com certa recorrência, muitos plantios sendo realizados abaixo da qualidade desejada, por conta de erros cometidos já no estabelecimento da cultura.

A revisão prévia da plantadeira ajuda a máquina a entregar todo o seu potencial de produção.

“E o que é pior, a adoção do arsenal da Agricultura 4.0 terá efeito muito reduzido se antes não for assegurado que toda semente resultará em uma planta na lavoura, porque não existe nada capaz de compensar o prejuízo causado por uma falha no plantio, ou por uma ocupação ruim do solo. Por isso é preciso valorizar cada planta, porque ela é o vetor que vai dar o resultado final da colheita”, enfatiza Flavio Marques, engenheiro agrônomo e diretor executivo da Geração Agro, consultoria de inovação para aumento de produtividade e lucratividade no campo, especializada em treinamento e orientação profissional, com sede em Campinas/SP.

Com efeito, o momento de plantio de uma cultura, base de todo o processo, merece toda uma atenção que vai além do simples ato de se colocar a semente numa plantadeira e sair preenchendo as linhas. Na verdade, segundo Marques, esse deveria ser o cerne do trabalho de um profissional especializado capaz de acompanhar esse processo desde o planejamento do pré-plantio até o pós, passando pelas mais diversas atribuições ao longo dele, tais como a revisão total dos equipamentos, o treinamento da equipe e, claro, o acompanhamento do processo do plantio.

PERFIL DO PROFISSIONAL
Considerando que no universo da agricultura, principalmente no cultivo de grãos, existe uma segmentação natural entre pequenos, médios, grandes e mega produtores, o fator determinante que vai definir o perfil desse profissional é a capacitação. Em outras palavras, no caso dos menores, o próprio agricultor pode exercer o papel desse operador. Já nas demais categorias e portes de atuação, geralmente quem vai ocupar o cargo é o gerente ou supervisor agrícola, que tanto pode ser um engenheiro agrônomo, ou mesmo um técnico dedicado, que tenha conhecimento prático de campo. E, qualquer que seja o caso, o objetivo maior é assegurar a qualidade da operação de plantio.

A Geração Agro oferece cursos e consultorias tanto in loco quanto online a seus clientes.

“Mas, qualquer que seja o caso também, o fundamental é que esse profissional seja muito bem treinado para cuidar de todo o amplo arsenal de complexidades que a atividade exige, e que possa colocar uma lupa sobre cada uma delas, desde a seleção das sementes até chegar ao correto carregamento destas nas plantadeiras, a fim de garantir que cada uma se transforme em uma planta. E esse é exatamente o trabalho que, há quatro anos, a Geração Agro vem oferecendo – tanto sob a forma de cursos de formação quanto de prestação de consultorias in loco e digitais (online) – a um número cada vez maior de produtores rurais, evitando desperdícios, reduzindo custos, e garantindo melhores índices de produtividade e lucratividade por hectare cultivado”, pontua Marques.

NO INÍCIO, É A SEMENTE
Se ainda não ficou claro, vale a pena enfatizar: para se ter sucesso na agricultura, é necessário, antes de tudo, semear com perfeição, depositando cada semente no solo com a máxima perfeição possível. E se a pergunta que naturalmente vem na ponta da língua é “como fazer isso?”, a resposta é uma só: com um gestão muito bem feita. Para enfatizar o valor da semeadura de precisão, o diretor executivo da Geração Agro gosta de usar uma metáfora bastante interessante, comparando o processo de plantio à montagem de um castelo de cartas, na qual a base precisa obrigatoriamente ser sólida, porque qualquer movimento errado vai desmoronar o que foi feito, no todo ou em partes, trazendo como resultado o retrabalho e/ou a perda de rendimento.

“E é por isso que o ajuste perfeito das máquinas é tão importante para garantir que cada semente depositada no solo se transforme em uma planta apta a colocar dinheiro no bolso do agricultor. Ou seja, quanto mais treinada estiver a equipe, e mais certificadas estiverem as máquinas para plantio, melhor será o resultado. E com os altos preços que os insumos são vendidos atualmente, um ajuste errado na plantadeira, por exemplo, pode fazer uma grande diferença no orçamento geral”, sublinha Flavio Marques.

ERROS COMUNS
Entretanto, segundo o consultor, é exatamente na questão relacionada às falhas de tais certificações – que asseguram que todos os componentes da plantadeira estejam em conformidade com o que é preconizado pelo fabricante do equipamento – que mora o problema inicial, que desencadeia todos os outros. Para ajudar o agricultor a evitá-los, a Geração Agro criou uma espécie de protocolo sob a forma de um check-list, que avalia nada menos do que 31 itens de conformidade para garantir a qualidade e a produtividade totais do plantio.

“Um erro que a gente vê com bastante frequência tem relação com o disco para cortar a palha de plantações anteriores, como é o caso da soja, que geralmente é plantada sobre palhadas de trigo e de outras culturas. Se você não tiver um disco de corte adequado, você não corta a palha. E se isso acontece, a semente que deveria ser depositada no solo acaba sendo depositada na palha, e não vai germinar, fazendo com que você perca aquela planta. Outro problema bastante comum é o da mola do sistema de distribuição do fertilizante, um item muito barato do sistema, que, quando não está em conformidade, proporciona uma distribuição irregular do insumo de até 20%, fazendo com que a nutrição da planta fique abaixo do planejado e do potencial produtivo que a gente esperava naquela linha de plantio”, explica Marques.

EXTRAÇÃO DE POTENCIAL
A análise de todos esses aspectos resulta em uma conclusão muito simples: embora a indústria de máquinas e equipamentos para uso agrícola venham avançando frequentemente em inovação, desenvolvendo novas e eficientes soluções automatizadas para facilitar a vida do homem do campo e melhorar ainda mais os níveis de produtividade rural, a intervenção humana, realizada por profissionais capacitados e atentos, ainda é fundamental para o perfeito andamento do agronegócio.

“Não resta a menor dúvida de que os avanços dessas ferramentas e tecnologias contribuem enormemente para otimizar todos os processos relacionados à qualidade de operação, bem como para aumentar o potencial de uma lavoura. Mas é muito frequente também observar que, embora o agricultor tenha um bom conjunto tecnológico, esse arsenal não venha sendo utilizado de maneira adequada e em sua plenitude, o que faz com que ele não consiga extrair todo o potencial de cada máquina, cujos custos de aquisição, como se sabe, são bastante elevados. E é só com o treinamento e a capacitação profissional das equipes do produtor que a gente consegue fazer isso”, finaliza o diretor executivo da Geração Agro.

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Há mais de 15 anos a revista Agrimotor apresenta os assuntos mais recentes do setor do Agronegócio nacional.
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