30/04/2021 | Ed_Antes, Edição AR108

Editorial – Cortina de fumaça (ou poluição)!

Redação Agrimotor

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O Brasil tem sido alvo de constantes ataques vindos principalmente das economias mais desenvolvidas, com relação a problemas de desmatamento da Amazônia, o “pulmão do mundo” e a outras nuvens de fumaça lançadas no horizonte que, na verdade, encobrem a realidade dos fatos.

Inexplicavelmente nada se fala das cidades de New York, Pequim (“Beijing”, para os puristas do mandarim) ou Paris, que são as metrópoles mais poluidoras do planeta. Há bem pouco tempo, alguns canais internacionais mostraram imagens da capital chinesa, registradas muito antes da pandemia da COVID-19, nas quais a população aparecia usando máscaras, apetrecho obrigatório por lá, uma vez que a poluição não permitia respirar de maneira saudável.

Para reflexão, no dia 28 de abril de 2010, uma reportagem assinada por Jeremy Hance – famoso e respeitadíssimo jornalista do portal de notícias ambientais Mongabay (leia a íntegra da matéria no link https://brasil.mongabay.com/2010/04) falava de um estudo publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Science (PNAS) e realizado com o uso de imagens de satélites, afirmava que para a surpresa de muitos, entre 2000 e 2005, os Estados Unidos e o Canadá apresentaram taxas percentuais de desmatamento maiores até mesmo que o Brasil, quando levadas em conta suas áreas territoriais. Assim, no ranking dos sete países pesquisados (Rússia, Brasil, Estados Unidos, Canadá, Indonésia, China e República Democrática do Congo), os EUA apareciam em primeiro lugar, com 6% de áreas desmatadas, seguido pelo Canadá, com 5,2% e o Brasil, em terceiro, com 3,6% de perda da sua cobertura natural.

Ou seja, há algo estranho nessa história de culpar o Brasil por todos os problemas de poluição do mundo. Porém, descobrir a origem do “mistério” talvez não seja tão difícil assim: a real motivação pode ser explicada pela disparada da produção agrícola brasileihttps://golin.com.br/ra, que está sufocando os produtores de países que possuem muitos subsídios à sua produção, mas não conseguem competir com nossos produtos no mercado internacional. Após a criação da Embrapa, o Brasil vive um movimento contínuo de aumento de produtividade e de capacidade de aproveitamento dos espaços agricultáveis, o que, é claro, vem incomodando muita gente. Em 2020, superamos a marca de produção 250 milhões de toneladas de grãos, exibindo a maior produtividade do mundo em toneladas por hectare. No período, foram exportados US$ 100,81 bilhões, cravando um crescimento de 4,1% sobre o ano anterior.

Pegando um exemplo mais específico: em 2011, o Brasil produzia, aproximadamente, 72 milhões de toneladas de soja, enquanto os Estados Unidos, 90 milhões de toneladas. Em 2020, o Brasil produziu 124,8 milhões de toneladas, e os Estados Unidos 96,7 milhões de toneladas. Então, dá para perceber a preocupação?

Não somos, absolutamente, a favor do desmatamento ou das queimadas. Mas, ao contrário de alguns brasileiros que insistem em “jogar contra o próprio time” – ou, talvez, estejam mal informados –, entendemos que temos capacidade suficiente para sabermos o que é melhor para nós, brasileiros.

Acerca dessa questão, nesta edição da Revista AgriMotor apresentamos um artigo extremamente esclarecedor e com muitos detalhes sobre o assunto. E, em outras duas reportagens exclusivas, trazemos levantamentos e projeções feitas pela multinacional KPMG, e pela Divisão de Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que nos dão bem uma visão do futuro para o agronegócio em nosso país. E não paramos por aí: seguimos com artigos sobre tecnologia e sobre as novas regras da mão de obra no campo, trazendo, ainda, as notícias mais quentes do setor.

Com esse amplo conteúdo, esperamos colocar você, nosso leitor, a par e atualizado com o que de mais importante está acontecendo no agronegócio brasileiro.

Boa leitura!

Redação Agrimotor

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Há mais de 15 anos a revista Agrimotor apresenta os assuntos mais recentes do setor do Agronegócio nacional.
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