29/07/2021 | Edição AR111

O futuro é agora

Redação Agrimotor

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A produção de alimentos pelo Brasil deve crescer 41% até 2050, para atender a demanda global, e para isso vamos ter de recorrer a todas as técnicas disponíveis.

José Carlos Bueno*

Não é novidade afirmar que vivemos uma revolução no campo, nem que o agronegócio atual já está exigindo a profissionalização da gestão ou tecnologia para produzir mais com menos. Tudo isso está bem claro para os produtores rurais, cooperativas, empresas, fornecedores e até consumidores. O que por um tempo ficou complicado foi saber como realizar todas essas ações. Sempre pareceu complexo e muito demorado viver essa revolução. Entretanto, recentemente, o que parecia distante tornou-se acessível.

Em julho do ano passado, foi lançada a Associação ConectarAGRO, que tem como objetivo incentivar a expansão do acesso à internet nas áreas agropecuárias do Brasil. Está claro que a inovação e a tecnologia são tão importantes quanto fertilizantes para lavoura e ração para a criação. Afinal, com tecnologia é possível saber, por exemplo, a quantidade utilizada de cada um deles, otimizando o uso dos insumos e dos ganhos ou entender o porquê do prejuízo.

O Brasil é vítima do seu sucesso, sendo o maior produtor de alimentos do planeta. O País tem lavouras diversificadas, rendendo em determinadas regiões até três safras no ano; em regiões como os Campos Gerais do Paraná, há uma atuação altamente produtiva e diversificada, da criação de gado leiteiro, passando pela suinocultura, soja, milho, feijão e trigo, ou seja, culturas de verão e inverno. É esse know-how nacional que eleva a expectativa da comunidade internacional.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou, certa vez, que a produção de alimentos pelo Brasil deve aumentar 41% para atender a demanda global, ou seja, os mais de 9 bilhões de habitantes até 2050. Outros países ou grupo de países teriam uma “meta” muito menor: nos Estados Unidos, o crescimento seria de 10%; na União Europeia, 12%; no Canadá, 9%; na China, 15%; na Rússia, 7%; e na Oceania, 9%.

Os produtores brasileiros têm todas as condições de promover esse aumento, e já o fazem há décadas, com a rotação de cultura, utilização do sistema de plantio direto, investimento em maquinários que reduzem o desperdício de defensivos e assim por diante. Mas, como já destacado, os agricultores necessitam de mais ferramentas para gerar esse crescimento exponencial. A tecnologia – máquinas, equipamentos e infraestrutura – e os profissionais para gerenciá-la precisam de internet de qualidade para lidar com esse desafio. A Associação ConectarAGRO, já na próxima safra, pretende conectar 13 milhões de hectares com a internet 4G, uma rede aberta, pública e segura.

A Trimble, é uma das empresas que fundaram a ConectarAGRO, antes mesmo de ser uma Associação, e tem certeza sobre a possibilidade de promover internet no País para não somente garantir informações a quem está no campo, mas interligar todas as máquinas e equipamentos na propriedade. Nesse sentido, muitas dessas tecnologias são subaproveitadas justamente por falta de internet de qualidade.

Ela desenvolve uma série de soluções ao produtor rural, como softwares para gerenciamento de propriedades – integrando dados gerados pelas máquinas -, manejo da água na lavoura ou mesmo a pulverização seletiva de herbicidas, reduzindo em até 95% os custos.

Com a ampliação do acesso, o uso da internet não se limitará a apenas acompanhar o clima e os preços dos grãos. Surgirá outro patamar! Dependendo do nível de tecnologia da área, tratores, colheitadeiras, drones, pulverizadores, chips nos animais e uma infinidade de ações conversarão entre si, em tempo real, tudo interligado a uma central que caberá na palma da mão. O escritório da propriedade estará localizado no bolso do produtor.

Durante muito tempo destacava-se o futuro, mas, com a velocidade com que as ações estão ocorrendo, o futuro é hoje, o futuro é agora.

*José Carlos Bueno é diretor-comercial da divisão agrícola da Trimble para a América Latina.

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