O protagonismo do Brasil na preservação do solo

Redação Agrimotor

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A participação do Brasil na Conferência Mundial das Nações Unidas, COP 26, foi motivo de grande destaque em vários painéis de debates em que participamos.

Henrique Patria*

A partir da realização da COP 26, ou seja, a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-26), principal cúpula da ONU para debate sobre questões climáticas, que foi realizada entre os dias 1 e 12 de novembro deste ano, em Glasgow, na Escócia o mundo todo como num passe de mágica voltou- se para os problemas ambientais, a emissão de gases, o controle da camada de ozônio na atmosfera, sendo debatidos e discutidos vários pontos e firmados vários acordos.

Como não podia deixar de ser, o Brasil foi um dos protagonistas da reunião, pois possuímos a maior floresta nativa do mundo e países que já destruíram ou continuam destruindo ao que resta de suas reservas insistem no direito de “ dar palpites” e exigir medidas sobre a preservação de nossas matas.

Evidentemente somos os maiores interessados nesta preservação. É importante para nós brasileiros esta preservação e a utilização racional de nossas riquezas no campo da flora, fauna e riquezas minerais, no entanto cabe ao próprio Brasil definir como deve ser o gerenciamento deste processo. Ademais é só nos aprofundarmos um pouco nas pesquisas que vamos descobrir que tais intenções não são tão amistosas assim. Há muito de interesse comercial por nossa abundante e riquíssima flora, por nossa madeira natural e principalmente por nosso subsolo. É preciso alguma análise bem mais profunda com conhecimento dos fatos reais antes de ir-se tomando partido contra uma ou outra medida apresentada, nem sempre de forma verdadeira por não menos suspeitos organismos nacionais e internacionais.

Mas uma das melhores intervenções que o Brasil teve no evento, foi através do presidente da Embrapa uma empresa criada em 7 de dezembro de 1972, na época do então presidente Emilio Garrastazu Médici, que é modelo mundial de eficiência e competência e que já deu e continua dando ao Brasil um extraordinário suporte na área do agronegócio e agropecuária.

Celso Moretti destacou a pesquisa da Embrapa Solos, que resultou no lançamento recente dos mapas de carbono orgânico dos solos brasileiros. “Trata-se de mais uma contribuição da ciência para a agricultura brasileira, de fundamental importância para a mitigação das mudanças climáticas. O Brasil ocupa o primeiro lugar entre os 15 países que detêm potencial para estocar carbono em nível global. Investir em estudos do solo é fundamental para a descarbonização da agricultura.

Ainda segundo ele estes novos mapas permitem identificar áreas degradadas, quando a matéria orgânica não está mais presente e gerar mapas de potencial sequestro de carbono, entre outras funções. “O Brasil tem 36 bilhões de toneladas de carbono orgânico armazenados em seus solos, o que corresponde a 5% do estoque global. Entender esse processo é parte da solução das mudanças climáticas”, destacou, lembrando que o carbono orgânico no solo contribui para a estruturação física desse recurso natural. Os solos com maior teor de matéria orgânica têm maior capacidade de fertilização e retenção de água, entre outros benefícios. Ainda como subproduto “Os mapas permitem, portanto, também identificar áreas com solos degradados”, acrescentou.

O presidente destacou que o investimento em ciência dos solos foi fundamental para transformar esse recurso natural no País e fazer com que o Brasil seja hoje líder em agricultura tropical no mundo. “Nos mapas é possível ver que a maior quantidade de carbono orgânico está armazenada na Amazônia em função da maior produção de matéria vegetal e no Sul do Brasil. Por outro lado, no Semiárido e Pantanal temos menor concentração pelos solos arenosos, que dificultam o acúmulo de matéria orgânica.

As pesquisas evidenciaram que as regiões da Amazônia e do Sul do país concentram os maiores estoques de carbono orgânico no solo e traz indicadores para direcionar novas pesquisas referentes aos solos brasileiros. “A Embrapa quer avançar nesses estudos. Os solos são entes vivos, com microrganismos que ajudam as plantas a se desenvolverem e serem mais produtivas”, ressaltou Celso Moretti

“Com o conhecimento de apenas 5% dos seus solos, o Brasil já é a maior potência agroambiental do mundo. Imagine quando conhecermos 50%” concluiu.

*Henrique Patria é Editor Chefe do Portal e Revista Agrimotor.

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