
Dados detectados pelo SAD Cerrado (Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado) no dia 19, apontam que o desmatamento no Cerrado cresceu 60,5% em setembro deste ano com relação a 2022, atingindo a maior marca dos últimos três anos para o período. Foram 83 mil hectares de vegetação nativa derrubados, número 242% maior do que o registrado em 2021. Os dados de setembro elevam o desmatamento acumulado do Cerrado em 2023 a 742 mil hectares, área seis vezes maior do que a da cidade do Rio de Janeiro e um aumento de 20,6% em relação ao acumulado dos primeiros nove meses de 2022.
Seguindo o padrão observado no mês passado, todos os estados do Matopiba – fronteira agrícola composta por partes dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – registraram aumentos significativos no desmatamento. Em setembro, a região desmatou 62,2 mil hectares, cerca de 75% de tudo o que foi perdido no bioma.
No Cerrado baiano, foram derrubados 13,3 mil hectares, 121% a mais do que em 2022, e 1020% em relação a 2021. No Piauí, o aumento foi de 116%, com 8,7 mil hectares abertos, enquanto o Tocantins teve um aumento de 81% em sua área desmatada, que chegou a 16 mil hectares. No Maranhão, maior estado desmatador da região, o aumento foi de 40% em relação a 2022, somando 27,8 mil hectares perdidos.

O SAD Cerrado é um sistema de monitoramento desenvolvido por pesquisadores do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) que fornece alertas de desmatamento de vegetação nativa em todo o bioma. O projeto faz uso de imagens do satélite Sentinel-2, da Agência Espacial Europeia, e técnicas avançadas de processamento de imagem.
Fonte: IPAM