O ano de 2023 será lembrado como um marco histórico para o agronegócio brasileiro no mercado mundial. Um período marcado por grandes avanços, tanto em expansão de mercados quanto no aumento das exportações, além da contribuição para o maior saldo da balança comercial da história: US$ 98,8 bilhões.
Superando os números dos últimos anos, o Brasil consolidou sua presença internacional e alcançou novos recordes com a abertura de 78 novos mercados em 39 países. Resultados da retomada estratégica do diálogo e da diplomacia, liderada pelo presidente Lula e pelo Ministro Carlos Fávaro. O apoio incansável dos adidos agrícolas, embaixadores do agro brasileiro no exterior, também contribuiu para esse sucesso.
Essas conquistas incluem exportações inéditas, tais como as de carnes bovinas e suínas para o México e para a República Dominicana, o algodão brasileiro para o Egito, e o comércio de milho com a China, que é o maior parceiro comercial do Brasil e cuja relação bilateral vem sendo fortalecida.
Para se ter uma ideia, no ano passado, as exportações do agronegócio atingiram um recorde de US$ 166 bilhões, 5% a mais do que o registrado em 2022, chegando a 49% do total exportado do país. O que reforça que o agro segue sendo um pilar da economia brasileira, representando cerca de um quarto do PIB e empregando aproximadamente um quinto da população.
Em 2023, o Brasil passou a ser o maior exportador mundial de milho e farelo de soja, alcançando um total de 10 commodities nos quais lidera as exportações globais: soja, açúcar, café, suco de laranja, carne bovina, carne de frango, tabaco e celulose. Além disso, as proteínas brasileiras ganharam uma posição mais forte no mercado internacional, encerrando o ano com um aumento significativo no volume exportado: 9,2% em carne suína, 7,7% em frango e 1,2% em bovina.
Buscando potencializar ainda mais o agronegócio de forma sustentável, foi lançado recentemente o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas. Esta iniciativa robusta e ambiciosa visa converter 40 milhões de hectares de pastagens degradadas em áreas agricultáveis nos próximos dez anos, com um investimento estimado em US$ 120 bilhões, de recursos oriundos do Brasil e do exterior.
A meta é dobrar a produção brasileira, com foco na rastreabilidade e na medição no balanço de carbono, posicionando-nos como líderes globais na produção de alimentos. Essa expansão trará, consequentemente, desenvolvimento para o interior do país, gerando empregos e renda.
O Brasil se consolida, assim, como uma potência agropecuária global e, em 2024, continuará a reforçar a resiliência e a sustentabilidade do setor. A sinergia entre governo e setor produtivo será fundamental para alcançar esses objetivos, mantendo o Brasil como um fornecedor vital de alimentos para o mundo e um exemplo de desenvolvimento sustentável na agricultura.
Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária