Com certeza procurando fazer o seu melhor e deixando com que a outra parte faça suas ponderações, torna o processo muito mais fluido e pode trazer conclusões e resultados muito mais positivos.
Ana Palazzo*
Tive a oportunidade de trabalhar com pessoas incríveis na minha trajetória profissional. Pessoas que me ensinaram e me fizeram crescer de diversas formas. O aporte de conhecimento técnico (hard skills) com certeza foi extremamente rico.
No entanto, os aprendizados priceless não estão relacionados as hard skills e, sim, a como me moldar nas situações, com o objetivo de trazer resultados “ganha-ganha” e benefícios para todos os envolvidos. Compartilho nesse texto os principais pilares e como eles me ajudaram a construir a melhor pessoa e profissional que eu pude ser, ao longo de um processo de desenvolvimento que é continuo.

De uma postura de impulsividade e impaciência para a percepção de que cada organização tem seu tempo. Uma vez ouvi uma comparação sobre esse ponto, que se referia a um brinquedo de criança, voltado para encaixar as peças em seus devidos espaços e como é importante deixar e, mais do que isso, fomentar, que a criança tenha seu ciclo de descobrimento nessa atividade. Isso significa, como disse meu interlocutor, na época: “não tirar o brinquedo da mão da criança para querer encaixar você mesmo”. Principalmente porque a jornada de descobrimento e criação de relacionamentos é tão importante quanto o resultado final. Quando consegui me aprimorar nesse sentido, fui capaz de desenhar as melhores saídas para o contexto em que eu estava inserida, focando nas minhas fortalezas e buscando também extrair o melhor dos demais.
De uma postura de confronto para o viés de questionar com curiosidade genuína e escuta ativa. O outro não é responsável por nossas expectativas e presumir resultados, a partir de nossos desejos, assume que existe essa responsabilidade. Colocar as premissas, fazendo o seu melhor e deixando com que a outra parte faça suas ponderações, torna o processo muito mais fluido e pode trazer conclusões mais positivas do que as que você mesmo poderia ter pensado. Isso acontece porque quando você se mostra aberto, o resultado, em geral, é que a escuta do outro também se abre. Dessa maneira, a “dança” com seu interlocutor será muito mais produtiva. Quando consegui me aprimorar nesse sentido, fui capaz de extrair soluções que potencializaram a percepção de valor de vários projetos, permitindo, inclusive, maiores investimentos.

Da escolha de lutar ou fugir para o foco na gestão de conflitos buscando sinergia. A gestão de conflitos é um ponto tão relevante, que pode ser a diferença entre a construção de um resultado outstanding ou o fracasso completo. Minha maior lição nesse sentido é que o conflito deve ser entendido como um SOLO FÉRTIL e não um CAMPO DE BATALHA.
Uma das melhores analogias que já tive a chance de ouvir nesse âmbito é a seguinte: o beija-flor é muito bonito, mas agressivo, pois não divide flor/espaço. Já o corvo, não é comumente considerado um pássaro belo, no entanto, possui EMPATIA para com seus colegas e tem uma ótima capacidade de convívio. Ou seja, a beleza está na capacidade de interagir e resolver problemas e não na de atuar de maneira singular. Quando consegui me aprimorar nesse sentido, obtive muito mais sucesso em negociações comerciais e de projetos.

É claro que cada indivíduo é único, se comporta e aprende de uma maneira diferente. Para mim, o exercício de autoconhecimento e o foco em praticar os aprendizados é uma necessidade diária, com o intuito de buscar melhorar sempre. Não basta estar certo, o objetivo maior é CAUSAR UM IMPACTO POSITIVO E DEIXAR LEGADO!
*Ana Palazzo é engenheira agrônoma formada pela UFV e pós graduada em Marketing pela Fundace/USP.